segunda-feira, 27 de julho de 2015

Sinais

No carro que passa, na luz que apaga, no vento que mexe meus cabelos para o lado errado, nas estrelas a muitas luzes de distância, no que esqueço de lembrar e no que lembro de esquecer. Nesses lugares habitam sinais e respostas a serem construídas a partir de pedaços do outro em mim.

(Des)organizando o inconsciente, fertilizando sementes exóticas no que vejo, construindo expressões nos vincos de outras faces, vivo faminta por interpretações. Mesmo que não haja indícios, vou achar um significado para a sua desintenção, para a sua expiração, para o meu desejo de que a nossa vida tenha mais sentido do que razão.

Entendo a falta de significado como incompreensão. O que não pode ser dito ou lembrado, assim está por escolhas que não podemos alcançar. O despertar de uma intenção é sempre plural, entre esquinas e pontes, acertando passos e passados. Não é manobra fácil ou obra da solidão, pois até o silêncio é permitido em conjunto.

Sinais que vejo são declarações do nosso inalcançável íntimo, intimações do nosso subconsciente para vermos aonde podemos parar ou seguir no caminho, pontos que nunca são finais, apenas interrupções e atravessamentos.

Indícios, vestígios, rastros, traços. Representações, recordações ou presságios. Vêm de nós e são para nós, apenas sinais. Vitais.

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