sábado, 25 de dezembro de 2010

Novo

que os ventos venham para tornar as pedras em areia,
mas só aquelas que não trouxeram lições;
que o amor estupendamente arrebate novamente
e o perdão impere pela primeira vez;
que as sementes cresçam para quem soube semear
e a colheita acompanhe cada aprendizado;
que vigore o corpo, a mente e a alma.
e que o resto venha e vá.

Luz e fé
Amor e paz

Feliz nova chance,
feliz ano novo.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Ventania

Outro dia soltei no vento todas as feras que me faziam mal.


Os leões sem coragem e os cachorros indóceis foram os primeiros.

Daí então, comecei a limpar o espaço dentro de mim.

Cada prateleira está sendo espanada, o próximo passo é o descarte e a organização.

De pouquinho em muito, vou descobrir o que deve ficar dentro e convidar o resto a ficar fora.



Que eu compreenda o espaço e a função do tempo.

No meio, tudo será breve.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Troca de Palavras

E não é que as coisas são bem simples mesmo?

Conversas e desabafos sempre atraem a verdade.
Por mais que seja uma mentira bem contada (daquelas que de tão bem amarradas ficam intrínsecas às pessoas), uma hora ou outra alguém vai ter visto alguma coisa que te guiará para a verdade.

Trocava palavras com uma de minhas novas conterrâneas e descobri confirmações tão injustas quanto as dúvidas que passavam no meu coração. Seriam mais justas se fossem só desconfiança e não verdade.

Temos que ouvir mais nossas intuições e relevar menos os erros dos outros. Não acho que devemos julgar desesperadamente tentando aliviar nossa mágoa, mas não é aceitável ferir desmesuradamente outra pessoa. Vivemos a partir de nossas relações e construímos em cada uma delas o nosso caráter e personalidade.

Sabendo que um ser esta está irremediavelmente em suas mãos, é seu dever colocá-lo no chão ou guardá-lo na palma bem juntinho da alma. Mas o problema é que estamos todos tão perdidos que nem sabemos mais aonde está nossa alma.

Algumas pessoas mentem e se atropelam tanto que são sequestradas de si mesmas pelos desvarios que causam.

Pensei em meter o pé na porta dessa "deslavagem" toda, mas é melhor nem encostar mais na maçaneta, vai que soltamos um 'pequeno homem leão, que nunca será o que está no seu coração'. Se ele está preso lá, sabendo como sair, nem quero mais imaginar as razões dessa situação.

Todas as janelas já foram abertas.
A porta tem que ser aberta pelo lado de dentro.
Mas a essa altura de sentimentos, ao ser içada para o chão, acredito que seja melhor deixar as coisas seguirem seu caminho e serem como são.


A árvore quando está sendo cortada, observa com tristeza que o cabo do machado é de madeira.
- Provérbio árabe

sábado, 27 de novembro de 2010

Amor

Uma loucura bem docinha condiz com o que emano.
A primeira impressão que tiver de mim, não vai ser a que ficará na lembrança.
Ainda bem que se você sentir algum sentimento ruim perto de mim, logo vai descobrir que foi um momento e que só coisas boas podem me acompanhar.
No começo não me permito, no meio me entrego demais e depois encontro a medida... mas já é tempo de viver outra sintonia.
Eu estou na boca de todos e no desejo de cada coração.

Eu sou o amor, muito prazer.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Nós

- É que as pessoas se perdem mesmo - reclamou a voz de dentro.

Encontramos tantas vidas cruzando as nossas, tantas verdades e mentiras entre tantos olhares... E nunca percebemos o quanto nos perdemos uns dos outros.


Por algum motivo obscuro de ser gente nos afastamos nas bifurcações de idéias e vamos trilhando caminhos diferentes.
É como se nossas conexões fossem cordas frágeis, se deixarmos de prestar atenção, vão se rompendo pelo desgaste do tempo que, assim como o vento, bate de formas diferentes dependendo de onde estamos.

- São mais despedidas que encontros – disse a voz de dentro.

- Não, só precisamos prestar atenção no caminho porque quem for encontro nosso, de dentro pra fora, não se perde na jornada. – disse a voz de fora.

E alguns nunca sequer se encontraram, para poderem nos achar.
É duro prestar atenção em tantas teias que saem de dentro de nós, imagine só naquela corda bem fininha que liga o pensamento com o sentimento onde o eu encontra o eu mesmo.

- É que eu nunca me encontrei - falou outra voz
- Não, - a voz de fora comentou - temos muita corda pra enrolar até juntar o eu com o eu mesmo. Cada volta no novelo é um pedaço novo do céu de nós e cada novo pensamento multiplica a linha, mas reduz a distância até o sentimento.

Vamos dando nós nas linhas, rompendo alguns pedaços, mas fortalecendo o novelo de dentro para que fique intacto.

Vamos fazer um nó?

sábado, 13 de novembro de 2010

Sinais

Olhe para o céu e diga: "se eu olhar para a estrela mais brilhante, o que eu mais quero vai acontecer" e você vai ver a estrela mais apagada se tornar sol.

Veja um carro na rua e pense: "se a placa começar com D, aquele esté pensando em mim" e mesmo que seja um B, um C, ou um J, você vai ver um D.

Não pense que o que está a frente dos seus olhos é verdade, nós colocamos véus de defesa para enxergar o que queremos e acabamos por nos enganar.

Não é porque alguém sente sua falta que significa que a sua presença  insubstituível.

Acorde e ouça os sinais dentro de você.
A sua intuição é o maior sinal que poderia chegar.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Fluidez

Sabe aquele desejo bem desejado pra estrela mais brilhante do céu?

Cuidado com ele.
O que a gente quer nem sempre é o melhor que pode ser, muito menos é o que nós projetamos.
Aquela história de "não o que a gente quer, mas o que a gente precisa" é mais do que verdade.
Sempre sonhamos com alguém e desenhamos tão minimamente em nossas cabeças, que pensamos: quando eu reconhecê-lo, vou ser um ser vivo mais feliz. Mentira, não vai.
Podemos fazer rascunhos e mais rascunhos dos outros, mas só iremos encontrar o amor nos outros quando este partir de nós mesmos. Precisamos aperfeiçoar os nossos traços, para aí estarmos prontos para sermos mais felizes.

Não tem graça adivinhar tudo, se não dividimos a mesma palavra.
Não tem graça partilhar o mesmo sentido, se não é o mesmo sentimento.

Falei com um mestre e percebi que a maior estrada para a felicidade está nas nossas veias.
Vamos nos guiar por nossos fluídos de olhos fechados e conhecer-nos.
Aí, talvez, estejamos prontos para o amor.

É difícil não enxergar mais problemas e viver o que sentimos por dentro.
É difícil não camuflar o olhar e observar o que é como é.
O amor está em todos os lugares, todas as pessoas, todos os olhares, sõ não estamos preparados para isso.


Enquanto não fico pronta, observo a metamorfose das coisas a partir do que transformo dentro de mim.

Bem vinda, fluidez.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Quem vai sempre em frente não chega a lugar nenhum.

São tantas sílabas de sentimentos formando meus pensamentos.
Cada palavra derruba e reconstrói o mundo que está ao meu redor.
Queria poder elevar meu coração e usá-lo como coroa e não como explicação.

É difícil nos permitir fazer o que queremos, estamos sempre amarrados a algum tipo de obrigação inexistente. Estou tentando de verdade me reconciliar com a minha vontade, com aquele sonho que tem tudo pra dar certo.
Às vezes é quase impossível dizer a verdade, nem que seja monossilábica: Sai! Não! Sim! Vai!
Queria apontar a direção e seguir sem pensar o que a minha intuição diz.

Eu recrio, mudando o ponto de vista de estar agora, aqui.
Eu deixo qualquer coisa parecer um sinal e acredito... talvez assim eu consiga despistar o que não pode ser feito ou dito e continuo.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Nó na cabeça e peso na garganta.


Foi essa sensação que tive ao abrir os olhos pela manhã.

Como se os incômodos trocassem de lugar para se renovarem em me alcançar.

Que vontade de viver o sonho, de voar bem longe, de encontrar aquele.

Secretamente me insinuo entre palavras ambíguas para não ter que enfrentar o que me cerca.

Eu tenho medo do amor, será que é fuga ou defesa?

Eu desejo o amor, será que é intenso ou intenção?

Giros de 360° são entorpecentes visões do que é o agora e eu não quero mais observar, quero interagir.

Quero acrisolar o hoje, protestar o ontem e intuir o amanhã.

Achei que me conhecia o suficiente para não queimar os dedos em algo que com certeza está quente.

Me enganei.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

de nós

Vamos tentar sobreviver a toda essa história, a toda essa incompreensão e incólume saber.


Vamos imaginar um novo mundo nascer, onde possamos escolher entre o poder e o fogo.

Que possamos atravessar os sentidos sem precisar ficar intactos, sem nos mostrar heróis de nós mesmos, pois depois do amor não restam fatos e nem é necessária uma carta de adeus.

Vamos compreender que não é para ser fácil, mas a imposição da dificuldade parte somente de nós mesmos.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Catástrofe

Já encostei meus sonhos, me escondi do amor e acendi uma luz.
Descobri uma parte do que me inspira e cobri o dom com um véu bem fininho.
Não sei mais o que pensar, tanto que penso tudo o que não pode acontecer.
Sinto raiva antes, amor depois e guardo lembranças num papel.

Me conta o que aconteceu?
Porque no meio da minha imaginação, perdi o fato tentando encaixar algo bom numa catástrofe.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Hoje

Hoje vi o daqui a pouco tornar-se o agora.

Senti sua falta.

Precisava que você ouvisse o que eu ouvi e sentisse o arrepio antes de mim.
Precisava que você entendesse o nosso pensamento secreto e planejasse um futuro imperfeito.

Queria que me percebesse antes de chegar e que cessasse a dúvida de amanhã:
Quem é você?

quarta-feira, 28 de julho de 2010

E lá vem mais uma estação.

Já reparou que no metrô não conseguimos olhar pra fora?
Através da janela só vemos borrões e é incômoda a sensação de não ter como se distrair...
Se olhamos para as pessoas, nos encaram de volta como se tivéssemos cometido um crime, ar paulistano talvez. Se olhamos de relance, percebemos nossas estranhezas no outro.
A cada estação quando vemos gente e paisagem vem uma lembrança, trazida no bolso de alguém, como se fosse de uma vida passada, aquela que enterramos e que hoje faz parte de nós.

É uma experiência tão incômoda que balançamos os pés, mexemos no celular, mudamos a música que estamos ouvindo ou abrimos um livro.
Em última instância, fechamos os olhos.
Por incrível que pareça, ao fecharmos os olhos fugimos de nós mesmos.
Mas a alfinetada nas vidas passadas, traz aquela cena mais dolorida.
Ao abrir os olhos é como se presenciássemos tudo de novo.

Ao mesmo tempo que queremos pensar em qualquer outra coisa, essa sensação traz a impressão de estarmos em par. Um par com o passado, um par com uma dor, com um antigo amor... talvez em par com Deus, quem sabe?

Vivemos tão concentrados em como estamos sós, que nem conseguimos mais distinguir o que nos acompanha.

E lá vem mais uma estação.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Preguiça de amar.

Você não vai perceber que me ama, não vai se desfazer de nada e nem mudar por mim.
Não vai mudar seu status nem ver que está tudo mais do que bem ao meu lado.

Exatamente porque se você não se deu conta quase que de imediato, não irá se dar depois.
Acontece também que eu não quero mais provar nada e a paciência diminui na mesma velocidade que os amores vão mudando.

Acaba que eu não vou me esforçar para você ver, exatamente porque você já deveria ter visto.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Amanheceu

eu me sinto igual.
igual a todas as vezes que mudei
igual a todos os amores que deixei
a mesma metamorfose há milhões de anos.

será que ainda aprendo?
que tudo é de papel e as palavras só ficam aonde a gente deixa
que tudo é mais céu do que a terra pode suportar
que tudo é mais mar do que margem
mais som que imagem
mais do que menos

amanheceu e vou perder pra conquistar
o porquê da solidão vem roubar a noite
depois virão outros sonhos
e a resposta de que eles são feitos

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Azuis

Um dia eu escrevi uma música que contava a história de um amor.
Dizia que amores são sempre possíveis, nas janelas invisíveis do céu entre nós.

E pensar que tudo começou porque conversamos tantas madrugadas, explicando nossas linhas.
Linhas do teto, da mão, linhas de raciocínio e expressão, sem rimar.
Desvendamos lágrimas, dúvidas e sonhos.
Uma tarde realizada em uma experiência tão intensa de alma, que foi para os dois.

Enquanto isso a linha do tempo cruzou a nossa e a vida foi acontecendo.
As linhas foram dando nós, tanto que narrei um lado teu no meu sonho e deu medo.
Restou uma canção descoberta em mim pelo outro, que virou a sua previsão.
Combinamos que seria assim.

Outra tarde aconteceu e depois do dia, veio uma noite.
Mas foi o destino outro...
Em uma experiência tão boa que só uma foto poderia contar.

A música que fiz nunca foi.
Como havia me dito uma vez: "você é intensa e intenção".
Também confesso que aconteceu assim o final:
Minutos de céu, que serão exatamente minutos de céu e fim.

"- A vida só se dá pra quem se deu
 - Continuo com aquele mar sobre a minha cabeça
 - E eu com ele dentro de mim"

Fomos azuis, desde o clarinho até o blues.

domingo, 23 de maio de 2010

Sim

Não.

Tão sonora palavra, anasalada.
Pequena aniquiladora de ideias,
é o mal do bem ou o bem do mal, fatal.
O fim da vontade, do plano, da dúvida.

Não... tão cruel, tão simples e bruto.
Só precisamos abrir a boca uma vez em sua sílaba uníssona para colocar ponto.

Mas do não vem o sim.
Aquele que ilumina ou confirma o terrível,
mas ainda acredito que o sim vem do sol.
Só precisamos abrir a boca uma vez em sua sílaba uníssona para começar um ponto.

Essa diferença que pode ser a mesma coisa...
O eu e o sim, o não e você.
O sim e o não
entre eu e você.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Afluentes

Difícil quando vemos outra pessoa viver nossos planos, mas é que às vezes nossos projetos são do mundo.
Nós somos autores de muitas histórias que nunca viveremos.
Aí vamos rever nosso caminho, podar as flores do jardim e encarar que temos que plantar tudo novamente.
Talvez cuidar de nós mesmos de forma diferente, quem sabe?

Cartões postais existem em todos os lugares, assim como sonhos em quaisquer pessoas e planos em todos nós.
Tantos rios vão partir de uma mesma fonte, correr por caminhos que nem se imagina, mas esta nunca sairá de seu lugar.

Que venha o destino de cada um e que vá para sua trilha quem não pertencer à minha.

"Bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
 Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho"
- Vander Lee

terça-feira, 11 de maio de 2010

Em frente.

Siga em frente.
Deixe para trás todos os nós, todas as lágrimas, não se esforce tanto por algo que pode não existir, por alguém que pode nem desconfiar, por quem prefere ir por aí. Esqueça os traumas de infância, ame só quem te ama e ame a si mesmo acima de todas as coisas.

Siga, enfrente.
Diga tudo o que te incomoda, viva as emoções ao extremo, fique doente de amor, faça várias coisas que vão te causar arrependimento. Traia uma amizade, um companheiro, traia a si mesmo. Não durma, minta e corte seus cabelos com alguém desconhecido. Se entregue a alguém desconhecido. Acredite que possa viver a história do seu filme favorito e não peça desculpas. Se envolva com um amigo, seja a outra e pense nos erros todos os dias, remoendo qualquer pequena chance de ter dito não na hora certa. Destrua e reconstrua a si mesmo sempre que possível.


Ainda não consegui entender por quê eu não sigo, só enfrento.
Será que eu consigo separar as sílabas?
Aonde é a frente?

Para seguir em frente, enfrente.
Pelo menos eu espero que seja isso.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

palavras e raízes

Não tenho conseguido expressar as ideias mais ligadas a mim.
No entendimento da estrada e na tradução infiel do que se passa, tenho ficado à deriva.

Li, em algum lugar, que temos a natureza de lutar contra a transformação dos pés em raízes. E acho que agora comecei a desvendar o porquê algumas pessoas não ficam. Vai ver elas seguem essa natureza que eu me recusava a perceber...

Que não pertencemos eu já sabia, mas que não ficamos... isso é novo.
Então tenho que aparar minhas raízes, principalmente as mais profundas, bem no fundinho da terra, aquelas que trazem a tal da "seiva bruta".

Mas eu acho que a raiz de uma árvore, não tira sua liberdade.
Podemos sentir o vento e imaginar voos altos, mesmo fincados ao chão.

É o amor que nos flutua.

E já que não pertencemos, não nos prendemos, não estagnamos, é só uma escolha entre um e outros.
Uma escolha entre sonhar de olhos abertos e de olhos fechados.
Uma escolha que pode ser desescolhida.

Mesmo assim, vou tentar aparar as ideias e me desvencilhar das raízes.

E não é que as palavras são raízes?

quarta-feira, 7 de abril de 2010

vive la vie

Já vivi tantos “pra sempre” que a eternidade me é óbvia.


O que me amedronta é o estagnar. Será que realmente estamos como, onde e porquê deveríamos?

Se estivéssemos, o tempo seria compositor de nossa melodia pessoal aonde não precisaríamos ser contínuos, nem tão pouco previsíveis.

E gostaria que a diferença entre a atração e o amor vivesse em cada movimento impreciso de se existir.

O sigilo de um silêncio com a nossa alma, em um mutum freestyle regeria qualquer pensamento precedente de ação.

E se o tempo bastasse, não haveria lembranças nem cicatrizes, só cabelos brancos e o agora.

terça-feira, 6 de abril de 2010

E se eu te disser que...

Hoje lembrei de você. Provavelmente porque o mesmo aconteceu no sábado.
Não sei por que lembrei no sábado, pode ser porque era sábado, porque estava em São Paulo ou porque vi uma foto sua. Ou tudo isso aconteceu porque você visitou minha mente.

Eu vejo tanta paz na sua vida agora.
Talvez fosse o momento de nos encontrarmos em outro nível de entendimento e vejo que realmente talvez só nos enxergaremos por completo quando cumprirmos a sua previsão.
Aquela previsão do show na França e exposição na Espanha... quando mandaremos cartões-postais da Itália para os nossos queridos contando o quanto somos felizes.

Será que imaginamos tudo tão intensamente e antes de acontecer, que acabou dando-se por concluída a nossa história? Será que pelo simples fato de estar em nossas mentes, já sucedeu?

Se for para acontecer, que venham os anos, as rugas e os dois filhos que você vai ter para que possamos ser.

Que os buracos nos levem a tropeços, começos e finais.

Todas as nossas conversas me fazem sorrir, ao tê-las e ao revê-las.
Principalmente aquelas em que o céu é o mar envolto por bossa nova.

Como é bom lembrar.
Ah, como é bom lembrar.

sexta-feira, 12 de março de 2010

amor e escova de dentes

que no fundo desejamos:
um amor daquele que é quase tudo que sonhamos.
um quase tão necessário pra manter nossos sonhos ativos que se torna parte inseparável da vida.

que seu escudo seja outro do que a incapacidade de amar.
e num grito de desacreditar, revolto sua incapacidade com falta de vontade.
pelo menos as minhas dívidas não são morais e minhas dúvidas só existenciais.


fique tranquilo; eu vou lembrar de te esquecer antes mesmo de escovar os dentes.

valerie;

As palavras se desmancharam, as lágrimas se desmancharam, os pensamentos se desmancharam e só a alma permaneceu. Não digo que intacta, mas íntegra, nem original, mas aprendiz. Afinal o que mais se pode depreender da vida?



Alguns encontros servem pra que possamos descobrir quem devemos procurar, ou pelo menos quem não devemos. Sempre fugiremos da regra.




Imagino a vida num espetáculo, um doce diálogo que pode ser fatal, um venenoso monólogo que pode ser vital e entre tantas outras possibilidades, existo.


que seja

terça-feira, 2 de março de 2010

Esperar

Hoje eu tomei o caminho mais longo para casa.
Achei que as janelas que me observaram clareariam os meus pensamentos, mas só me perdi mais em mim mesma.

Resolvi ligar para a única pessoa capaz de me convencer do certo e do errado e contar tudo o que estava acontecendo, só para ter certeza de que eu não estava louca.
Não consegui nem suspirar meu desaconchego.

No meio do caminho tudo o que aconteceu desde que resolvi sair do ninho, tomou minha cabeça.
Foram tantas coisas ruins e boas, que me desnortearam.
Me desnortearam ao ponto de me questionar qual é o rumo que estou tomando, vale a pena toda essa dor e desamparo?
Nesse momento flagrei meu medo de viver.
Sabe aquele medinho que todo mundo tem de encontrar algo diferente do usual?
Lembrei da última vez que senti isso e que nessa resolvi mudar de cidade.

O que será que vem agora?
Tantas vidas se resumem a tão menos do que eu vivi.
Is this it?

Às vezes é difícil demais esperar.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Deixe ir

Toda vez que voltava percebia que a vida dos que amava continuava na velocidade da luz.

Conseguia acompanhar alguns flashes, que alimentavam sua saudade e revigoravam seu amor, mas nunca era o inteiro ao qual estava acostumada.

Decidiu se libertar do que a estagnava e empobrecia sua energia, porque toda vez que ouvia as pessoas que realmente importavam, lembrava de todo o seu valor.

Porque ficar, insistir, desgastar-se a toa?
As pessoas só fazem com a gente o que nós permitimos e isso vale tanto para a dor quanto para as mudanças do amor.

Deixe ir pra que possa vir.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Todas as formas de se apaixonar



Tudo o que resta delas são a essência e os defeitos.

Os defeitos, a gente aprende a lidar, mas quando a essência não é suficiente, chegou a hora de partir.

É tudo tão errado quanto incorrigível.
Quero ser platéia do que me aplaude quando sou eu que estou no palco, do que faz críticas estilo new-york-times quando necessário e que limpará os tomates atirados quando as pessoas só souberem me agredir quando eu errar.

Se no meio da estrada eu me perder de você, é só porque você soltou a minha mão e eu, sozinha, não quis achar o caminho de volta.

É que todas as formas de se apaixonar são efêmeras...
Pessoas fazem parte da nossa vida, não pertecem a ela.
Como crises superadas, esses seres são deixados, não por não terem importância, mas por sua necessidade ter sido suprida.
Se eu te esquecer é porque você já construiu em mim tudo o que podia.

Vamos seguir em frente.
2010, bem-vindo.