terça-feira, 27 de agosto de 2013

Paradogmas existenciais

É nas pequenas derrotas diárias que o homem moderno se fortalece.
Essa é a nova cultura.

Era da felicidade encapsulada e do amor virtual.
Do "detesto trabalhar", mas só falo disso.

E o looping etéreo?
Círculo vicioso de insegurança das últimas gerações, que julga rejeição e desinteresse o cansaço do outro.
Aliás, que outro?
Aquele que é tão, mas tão importante que precisa vir atrás de mim, disputando minha atenção para que eu me sinta importante e, nessa lógica(?) pós-moderna, amado.

São esses paradogmas existenciais que regem o nosso mundo.
E ainda me perguntam por que eu quero descer...

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

that's amore

Ah, que mania as gentes têm de ter medo do amor.
De ferir ou de criar compromisso.

E ainda o associam à mentira, ao óbvio, ao clichê, à precisão de provas.

Quê isso!

Amor não é compromisso.
Nem é verdade, pois não há prova.
O que há é o gosto, o gesto, o tremelique.

O amor é inóbvio.
E os clichês? Podem ficar para aqueles que não o veem de olhos fechados.

Se for alguma coisa, se for falável ou crível é um suspiro. Um olhar trocado ao meio dia, uma conversa inesperada cheia de alegria. Nada que possa ser provado, mas sentido e refletido em nossa pele, no arrepio que o seu sussurro causa em nossa alma.

O amor é eco do silêncio.
E é quem cria, não a criação.

sábado, 3 de agosto de 2013

Pena na calçada

Pena de pomba na calçada. Choquei-me.
Uma célula morta nunca causou tanto desconforto a alguém.
A dona partiu sem avisar, deixando esse quase sentimento abandonado em pura pluma.

De repente, incômodos avoam de dentro de mim e pousam no meu ombro.
Me obrigam a repensar os últimos minutos, dias, meses... Nem sei mais...
Faz tempo que não consigo contar o tempo direito...
Não importa.

Um dia ainda tiro o sobre do meu viver.
E deixo a pena cair de mim, como se eu fosse pomba levantando voo.