segunda-feira, 13 de maio de 2013

Borboleta maquiada

Passei lápis nos olhos como se escrevesse uma história.
Entre o supercílio e o globo, um papel de pão com palavras perdidas.
Estranho desabafo estético, borrado e marcado.

Parece estranho pensar no antes e quem dirá no depois, se nem o agora digeri completamente.
Coração não quebra, mas bate mais devagar.
Quase para, para e volta.

E é no desespero das almas em conflto que me desencontro e mudo de lado.
Nos vales de almas desfeitas, a coragem pode ser amiga da inverdade.
Lucidez em plena sombra, clareza em meio ao breu.

Tentar planejar o intagível desfocamento de si é fracassar em seu ego.
Felicidade incompleta, tristeza inconstante.
Vai e vem de puro fluido na corrente de sangue do prazer.

Colori os lábios para emudecer meu canto,
que coloquei em um canto, distante de mim.
Perto demais da realidade, longe do sonho, longe da essência.

Colori os lábios como se costurasse as palavras entre a garganta e o estômago.
São borboletas aprisionadas e as asas são palavras entre o não e o mim.