terça-feira, 10 de julho de 2012

Ser coisa nenhuma.

Quem diria que o amor adolescente, infantil, é o mais inteligente?

Ele simplesmente é o que nasceu pra ser: incondicional, inquestionável, impossível, projetado, entre tantos outros "in", "im" e "ados".

 É, enfim, amor puro, sem medo, sem experiências anteriores pesando no seu caminhar, sem corcundas e feridas, sem o excesso do passado arrastando nosso calcanhar.

Exatamente por ser adolescente, não chega ao fim, é interrompido por algum motivo bem maluco ou bem racional, comum na impulsividade do novo. Então, fica na memória e na saudade do peito.

Sempre queremos acreditar que a compreensão do amor e a possibilidade dele ser verdadeiro vêm com a maturidade, mas, na verdade, quanto mais aprendemos, mais difícil fica de sentir o irracional. Quanto mais andamos, mais impossível é amar o que não precisamos, pois a única coisa que levamos pela vida e depois dela, é o que não conseguimos deixar pra trás: nossas vivências, nossas loucuras e nossos amores, enfim, a bagagem mais pesada do mundo.

Precisamos amar nossos filhos, amigos, parentes, entre outros entes, mas o amor gratuito, aquele que olhou, bateu e nem precisou ter voltado, não tem sentido pra gente.

Os adultos procuram sentido em tudo, faz parte da filosofia de ser qualquer coisa, o que finda em uma vida sem sentidos e sem ser coisa nenhuma.

Afinal, a pergunta nem é "o que é o amor?", mas sim "como podemos voltar a amar?".