segunda-feira, 4 de março de 2013

Simulacro

De todos os simulacros da vida (in)existente, encontro-me em um realismo insaciável. Parece quase espectral a visão que tive hoje das coisas que (não) entendo.

Encontros com coisas minhas que também são do outro e, por isso, são ainda mais minhas.
Defeitos que tem efeitos quase trágicos em qualidades que não lidam com nada.

Parece que tem um quê de AlmodovarHitchcokTarantinesco no destempero da vida hoje. Algo que nem no tabuleiro de Gabriela eu poderia provar.

Tá certo que cabe às palavras o dom de exagerar, mas que sentir é exato?
Sentir é a arte de exacerbar coceiras internas em pensamentos desconexos.
E nem precisa ser artista pra saber cazuzear um momento.

Exatamente o que a gente não precisa vem nos momentos em que não sabemos nem por onde começar a lidar com o mundo. Mas o mundo não é nada, não tem nada a não ser que inventemos e acreditemos.
Não adianta só ver. Então se não consigo lidar com o mundo que criei, sou vítima da minha (nossa) própria invenção.

É o advento de si.mulacro.