terça-feira, 25 de junho de 2013

Tempero

Hoje.

Um tempo em que o tempo não conta.
Em que ninguém conta o tempo.
Em que nada que importa é número de se contar.

No manifesto das mentes vazias, que acharam algo para completá-las.
No manifesto do que foi modificado no telefone wireless.
Na humanidade manifesta...

Um andar sem compasso em uma trilha sonora.
Um sonoro passo numa vida descompassada.
Uma tosse.

Amanhã.

Um ontem em tempo real nutre o dia.
O dia que nutre o amanhã irreal.
Ninguém vive nele e é lá que todos vivem.

Um suspiro.

Ontem.

Poucos lembram dos microtempos que ele nos deu de vida.
De vida que acontecia, mas só vivida para depois.
Prelúdio de amanhã, resquício perdido de hoje, em eterno destempero do tempo.

Uma vida.
Sempre depois. Sempre antes. Sempre desagora.

Ah... o agora...

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Uma frase basta.

É perto dos idiotas que as pessoas revelam seu lado mais verdadeiro.




Uma frase basta para que um mau julgamento mude o olhar do outro e para que o idiota se torne você.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Narcisismo

Aquele momento em que você tem a impressão de estar desperdiçando mundo.

O dia em que você acorda querendo partir para uma realidade paralela e vai dormir querendo voltar àquele tempo em que a realidade era igual a essa, mas, nele, você se julgava feliz.

Felicidade distante... Dançante entre o ontem e o ano que vem.

Culpa ergométrica assumida pelo bem do outro, mas que se instala no centro do senso e vai corroendo tudo de dentro para fora. Yoga traiçoeira que fortalece o lado errado da alma.

A pior rejeição é aquela que vem de dentro. Está tão em seu lugar que a sentimos em todos, a criamos nos outros e ainda achamos que não somos culpados.

E você achando que o reflexo no espelho era a única contradição narcísica de hoje.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

pera!

tem gente que não nasce pra vida
nasce pra fora ou nasce pra dentro
tem gente que nasce
tem gente que nem

tem gente que fabrica o frio
em um ambiente fechado
só para fingir estar apaixonado embaixo de um cobertor

tem gente que esquece o frio
inventando história de um czar russo no meio do saara
encontrando na barra da existência uma desrazão de não ser

tem gente maiúscula
que não é nem maior, nem mais alguma coisa
fingindo ampliar os sentimentos pela quantidade de vogais

perdendo na exclamação o dom do suspiro
no adjetivo o calor do olhar
fingindo tão bem que nem o fingimento consegue existir

tem gente minúscula
que sonha em ser shiftada
mas nem imagina que não existe caracter normal

e eu?
nem caibo aqui, nem sobro espaço.
nem cá, nem só
nem né

pera!
ou pêra?
reformei