quinta-feira, 4 de junho de 2015

Thriller

O susto dos sustos chegava, despercebido, sem razão lógica, sem explicação.
O sutiã abriu sozinho no meio da rua.
Fazia tempo que sentia que os objetos já não eram mais inanimados.
Era como se assistisse a um desenho em que ela não estivesse no corpo, mas o corpo estivesse nela.

Saiu, coração a mil, era corrida por suas pernas, era atingida pelos seus pensamentos, era sentida pelo seu coração.

Pensou em pedir ajuda, mas o que alegaria?
"Doutor, meu corpo declarou independência". Internação na certa.

É como se as borboletas que a habitam tivessem injetado heroína. E nem tinha heroína da história.
Chegava a quase sair do chão, mas a gravidade a prendia ali. Nada de Newtoniano, mas a gravidade que dava aos fatos desagradáveis da vida a mantinha fixa no mesmo lugar, mesmo que personagens diversos passassem.

E como um bom filme de ficção científica, inclinado a ser classificado como terror mal feito, chegava ao fim sem fim. Só uma tomada externa, fora dela, onde era possível um final feliz.

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