segunda-feira, 15 de junho de 2015

Sobre atalhos

Pessoas que escolhem sempre o caminho mais curto me incomodam. Que evitam a entrega por medo. Talvez por ressaltarem em mim o desejo de resolver tudo da maneira mais fácil possível. De evitar sofrimentos "desnecessários". Ah, mas que tolice. Somos constituídos e constituintes de cada esforço, cada erro, cada dúvida e decepção.

Ainda acredito que devemos aceitar e entender cada conflito que cruza nosso caminho. Por mais que doa e que não seja fácil.

Procuramos o nosso espelho em um olhar que não é o nosso. Por quê? Talvez porque procuramos aceitação, por estarmos viciados desde a infância a sermos afirmados e legitimados por pessoas em nosso exterior. Muitas vezes não vemos que o primeiro olhar que temos que procurar em nosso espelho é o nosso, não o do outro.

E quando chegar a hora, quando estivermos prontos para sermos nós mesmos, para encontrarmos alguém que não seja o nosso espelho, mas que abra espaço para que possamos deixar transparecer todos os nossos defeitos, falhas, obsessões e amor...
Nesse momento, nesse dia, nesse "pelo resto dos dias do nosso amor", eu não vou querer o atalho. Que venham as lombadas, os buracos, as subidas que ardem a coxa, os declives e as paradinhas no acostamento para simplesmente sorrir e transbordar amor. Que venha o olhar pra quem possamos, a cada piscada, fazer um convite: "vem comigo?".

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