domingo, 31 de maio de 2015

A âncora

Embarcação perdida em uma tempestade solar. Pairava desvairada entre os tons do vento.
Livre prisioneira a navegar águas atormentadas.

Eram azuis e graves os redemoinhos que a rodeavam, mas logo viria a estiagem, aguda e púrpura nas lentes de seus óculos.

Sopro no deserto de um oásis lacrimal. Tornado.
Olhou para o céu. Chovia sentir.

E veio lhe buscar, veio lhe levar, como ondas do existir. Mas logo avistou uma borda e se agarrou a ela.
Jogou a âncora e a morte abrandou. Buscaria a próxima embarcação.

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