sexta-feira, 5 de junho de 2015

Batida

Bateu. Bem de frente. De cara. Na cara.

Era como se viesse o choro, mas não a coragem de chorar.
Como se os lugares não coubessem ela. Era descabimento demais.

Como se precisasse dormir, mas não conseguisse ir para casa.
Como se os pés queimassem em plena sombra, plantados no ar.

Tinha medo. Medo de sentir o que estava sentindo, de dar existência a tudo aquilo que faltava.
Desistência inexistente que se encaixava em todo lugar.

Aqui e lá ainda sentia algo, algum desejo de mudar.
Procurava sinais de que havia uma missão a ser cumprida. Comprida.

Então revelou-se: sossego. Até a próxima batida.

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