quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Pequenos desesperos do cotidiano

Sentado no bar, confraternizando dores e alegrias, de repente foi assolado por tudo o que significava viver aquele momento. Viu o garçom, olhou desesperadamente para os que estavam ao seu redor, sem conseguir expressar de forma alguma as reviravoltas de suas entranhas.
O rosto continuava sereno, os olhos só revelavam seu dentro se alguém realmente quisesse interpretá-los. Nada.
Entre todas as opções do cardápio, não encontrou nenhuma.
Olhou para o copo e logo veio aquela ideia de meio copo cheio, mas o dele estava vazio - completamente vazio -, a cerveja tentava acalmar seu sangue, ao menos, já que seu dentro estava incendiado.
Perante àquele vácuo privado, achou que conseguiria falar tudo que pairava ali, como elefante, sobre ele. Abriu a boca e todos o olharam, queria pedir ajuda, mas acabou pedindo:
- Mais uma, por favor.

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