terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Cinema

O filme tinha acabado. E, pela primeira vez, ele sentia que também havia enredo depois dos créditos finais. Antes, saía do cinema com um buraco no peito e uma falsa expectativa de, quem sabe, poder ser tão feliz quando aquele casal que aparecia na telona.

Os créditos começaram a passar. E pela primeira vez ele não teve preguiça de levantar e encarar a multidão, porque ao seu lado, de mão colada à sua, estava alguém com quem valeria a pena sair um pouco antes da sala. Alguém com quem ele poderia correr para viver, correr contra o tempo para poder aproveitar cada segundo daquela pessoa que enfim o havia encontrado. Ou ele havia encontrado. Não importava.

Mas também não havia pressa. O filme acabou e ele não pegou o celular, ele só queria ouvir o que aquela boca tinha a dizer, a sua opinião seguida por uma piada casual, só para não perder o costume.
Acabou o filme e, ainda assim, ele tinha um ótimo motivo para sorrir e frio na barriga.

Nem no cinema poderia haver outra história tão linda.

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