quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A(deus)

(à Salvador José Troise, in memoriam)

Sabe quando você fica sem palavras?
Sabe aquele momento em que tudo fica parado, mesmo em movimento?
É estranho, eu sei, mas com certeza você já esteve nesse mesmo lugar sem encontrar ninguém nem nada que pudesse explicar esse momento.

Assim me sinto, mas nem imagino como ou se deveria explicar tudo isso.
No lugar onde estou encontro uma galeria de momentos de amor e percebo que não há despedida.
Mesmo que não haja Deus ou vida após a vida, as energias boas de pessoas excepcionais nos acompanham.
As lições, o aprendizado, o cheiro de tabaco no cachimbo e o apelido não podem ir embora assim, não vão embora de nenhuma forma.

Sei que não merece lágrimas, mas é um jeito do meu corpo expressar que estou entendendo o que está acontecendo, com a certeza de que de alguma forma a sua obra boa, seu carinho de pai e avô, permanecerão.

Enquanto isso, lembro demoradamente de cada coisa, objeto, paisagem e aprendizado que pude viver ao seu lado.

Alguns dizem que sou boa com as palavras, mas essa é a única forma que eu encontro de homenagear sua memória, na verdade, a minha memória de você.

A(deus).

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