quarta-feira, 25 de abril de 2012

O absurdo

Observava o movimento a seu redor: era retangular.
Estranho como não sentia mais como antes.

Era imprevista no ciclo de alterações mundanas sofridas por almas em construção, uma surpresa.
As sensações não vinham mais como antes e as palavras haviam endurecido.

Será que era o deserto?
Desencarnado na exata forma de não ser?

Era então folha que não voava com o vento, aquela que fica grudada no chão.
Era flor que não queria ser colhida, amor que não queria ser amado, tristeza que não queria ter fim.
Contradições tão clichês que nem chegavam a ser opostas.

Faziam parte do mundo pós qualquer coisa e era comum ser coisa nenhuma.
E se tivesse tempo?

Algo extra do que nossa vida efêmera...
Será que haveriam segundos para admirar as repostas que existem ao nosso redor?

Na garganta os nós do passado com o presente com o jamais possível, se mistificavam em saudade.
E a voz volta a incomodar, talvez devesse criar palavras para mudar ou emudecer o real absurdo.

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