- Não sinta ao meu lado - ela falou.
- Quer dizer "sente"?
- Tanto faz, não sente e não sinta aqui.
Interpretou o que ouviu com tanta surpresa que nem fala cabia na incompreensão do momento. Afinal, do que falava?
- (Falo) Do seu amor. Da sua fé, igual a minha, praticamente inexistente. Da sua fúria, como a minha, mal direcionada. Do seu jeito e do seu gesto, como os meus, manifestações do que não é manifesto. Já falei do amor? Porque é nele que as palavras não prestam e é nele que me perco...
Ia responder, mas não coube um sopro de vogal... Ela continuou:
- Nem me olhe. Não troque seu brilho com o meu, sai faísca. Não jogue seu verso contra o meu, risada certa. Nem silencie a sua voz perto de mim, que irei me sentir completa.
E enquanto ela se refazia de toda essa profecia e confissão, coube uma fala:
- Tudo isso por causa de um lugar?
- Sim e não. Pois o seu lugar em mim, não é lugar de manifestação. Nele não nasce árvore, nem cabe prédio, é lugar de outras construções. Não sente perto de mim que minha alma agarra a sua. Não suspire e não sinta, que não é a hora nem a chance de ser.
Começara a entender, mas achava tudo aquilo invenção. Como poderia caber tanta coisa em um assento no sofá da sala de espera? Parecia ter lido sua mente e, ao mesmo tempo, não havia sentido em nada daquilo. Ela continuou:
- Poderia até ser uma questão de lugar, mas está mais para tempo, para modo e para conjugação. O "eu e você sim" não cabe dentro do meu "não". Pelo menos não agora.
Sem entender, mas entendendo, estranhando, mas agindo com naturalidade, se afastou dela e de sua simplicidade. Apesar dos pedidos e dos mandos, sentiu e sentou, mesmo longe, fora (dela).
Percebeu, então, quem era. A que não havia sido pedida, perdida ou encontrada. Alma gêmea à sua, que sabia o que dizer, sabia o que ser, mas que iria desafiá-lo a assumi-la e a tê-la sem dúvidas, conhecendo todos os riscos.
E ainda tem gente que diz que ela vem se você cuidar do jardim, mas se você se distrair, pode negá-la sem ao menos ter permitido que fossem, um para o outro, o que tinha que ser, o que havia de ser e o que sempre foi: a própria felicidade.
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quarta-feira, 23 de outubro de 2013
terça-feira, 27 de agosto de 2013
Paradogmas existenciais
É nas pequenas derrotas diárias que o homem moderno se fortalece.
Essa é a nova cultura.
Era da felicidade encapsulada e do amor virtual.
Do "detesto trabalhar", mas só falo disso.
E o looping etéreo?
Círculo vicioso de insegurança das últimas gerações, que julga rejeição e desinteresse o cansaço do outro.
Aliás, que outro?
Aquele que é tão, mas tão importante que precisa vir atrás de mim, disputando minha atenção para que eu me sinta importante e, nessa lógica(?) pós-moderna, amado.
São esses paradogmas existenciais que regem o nosso mundo.
E ainda me perguntam por que eu quero descer...
Essa é a nova cultura.
Era da felicidade encapsulada e do amor virtual.
Do "detesto trabalhar", mas só falo disso.
E o looping etéreo?
Círculo vicioso de insegurança das últimas gerações, que julga rejeição e desinteresse o cansaço do outro.
Aliás, que outro?
Aquele que é tão, mas tão importante que precisa vir atrás de mim, disputando minha atenção para que eu me sinta importante e, nessa lógica(?) pós-moderna, amado.
São esses paradogmas existenciais que regem o nosso mundo.
E ainda me perguntam por que eu quero descer...
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segunda-feira, 10 de junho de 2013
Narcisismo
Aquele momento em que você tem a impressão de estar desperdiçando mundo.
O dia em que você acorda querendo partir para uma realidade paralela e vai dormir querendo voltar àquele tempo em que a realidade era igual a essa, mas, nele, você se julgava feliz.
Felicidade distante... Dançante entre o ontem e o ano que vem.
Culpa ergométrica assumida pelo bem do outro, mas que se instala no centro do senso e vai corroendo tudo de dentro para fora. Yoga traiçoeira que fortalece o lado errado da alma.
A pior rejeição é aquela que vem de dentro. Está tão em seu lugar que a sentimos em todos, a criamos nos outros e ainda achamos que não somos culpados.
E você achando que o reflexo no espelho era a única contradição narcísica de hoje.
O dia em que você acorda querendo partir para uma realidade paralela e vai dormir querendo voltar àquele tempo em que a realidade era igual a essa, mas, nele, você se julgava feliz.
Felicidade distante... Dançante entre o ontem e o ano que vem.
Culpa ergométrica assumida pelo bem do outro, mas que se instala no centro do senso e vai corroendo tudo de dentro para fora. Yoga traiçoeira que fortalece o lado errado da alma.
A pior rejeição é aquela que vem de dentro. Está tão em seu lugar que a sentimos em todos, a criamos nos outros e ainda achamos que não somos culpados.
E você achando que o reflexo no espelho era a única contradição narcísica de hoje.
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segunda-feira, 13 de julho de 2009
Liberdade
Já não é mais proibido,
mas ainda não sei qual felicidade seria maior do que essa.
Sei o quanto é tudo especial e diferente entre nós, mas não vou esperar você descobrir.
A gente completa a paz um do outro e se diverte escondendo jogos previsíveis.
Eu vou fazer o que quiser e você também,
mas meus olhos me entregam em toda a luz de um bom sentimento.
Liberdade.
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quinta-feira, 25 de junho de 2009
Inesperado
O inesperado encontra meu olhar e a felicidade cabe em mãos que ficam pequenas.
E mesmo tudo a toa, é boa essa fragilidade.
Sem medo, só desejo.
Hoje eu só quero que o dia termine bem - Lucina Mello
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