Mostrando postagens com marcador coragem. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador coragem. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Coragem

Eu acredito nos seus olhos, nos seus poros abertos com pelos arrepiados, na sua mão.
Sinto que de todo cosmos, dos planetas e dos incontáveis seres amantes, somos par.
Eu vejo teus movimentos contrários ao que sinto e desejo, mas prefiro crer na minha intuição.

Até que finalmente tiro de minha frente o espelho para ver sua verdade, seu eu, seu todo, sem minha projeção. Chego, então, à conclusão de que era minha a beleza, o sonho e a paixão. O que você não me oferecia, criei, e por engano me apeguei ao que queria, não ao que havia.

Chega-se, então, ao momento de (de)cisão em que largo da tua mão e pego na minha. Deixo você ir, para poder voar aonde me interessa, sem peso e sem pressa.

Como diria o poeta, "coragem amor, coragem". De enxergar a resposta além do que os olhos querem ver, de deixar que vá e que venha, de merecer o que se tem.
O amor vem, mas tem que se dar para ser.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

(Des)ocupação

E quando é que a vontade tinha se transformado na nova coragem?
Ter vontade era ter coragem. Eu achava que era o medo que desencadeava a coragem, mas na verdade é a vontade. A vontade de ver até onde podemos ir, até onde podemos nos impor, até onde o outro vai deixar que a gente se sobrepuje. A vontade de ver até onde a dor do outro dói, até onde o amor cura, até onde o imperdoável pode chegar.

Você vem querendo me mostrar que nada aconteceu. Mais uma vez tentar provar que o louco era eu. Sutilmente me dominar com uma menção de afeto envolto em espinhos que só dedo espetado sabe reconhecer.
Eu estive lá, sabe? Eu estive naquele lugar em que deixei você me colocar. No fundo da gaveta de suas inseguranças, na esquina do bairro vendendo amor por migalha de pão, no saco de lixo procurando espelho.

Eu peguei na sua mão e fomos nos afogar. Em piras sem cura, em culpas sem motivo. Eu tinha medo da sua mão, dela cansar de atravessar a minha alma e ir de encontro à carne. E mesmo assim eu fiz dela âncora. Nunca chegamos tão longe com ninguém, tão fundo no porém de conviver com alguém.

Na tentativa de ficarem puros, os corações cometem os piores erros, pois a pureza é o adjetivo mais cruel que possa querer sucumbir alguém. Essa mania da gente querer ser deus, deu nisso.

A nossa separação foi desocupar o lugar em que fomos parar juntos, sós. Dentro do buraco em que nos enfiamos, de costas um pro outro. Cavando novos túneis, mais pra baixo ou pra cima, não sei.
Me (des)ocupar de você não foi fácil. Tive que deixar pele e osso pra trás. Resignificar meu nome, relembrar meu eu.

(Des)culpado e (des)ocupado tenho a vontade da coragem e a lembrança do medo para me fazer seguir.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Vontade

Eles tinham tudo pra dar certo. Menos coragem.
Eram diferentes pontos de vida, que se encontraram em ebulição, em uma fila de motivos pra não se estar lá.

Apostaram que a intensidade desaguaria e passaria como temporal. E num descuido, veio um sopro de amor. Daqueles que levantam a saia da moça no meio da rua. Que desacorçoam o soldado perante a invasão. Que realocam fluxos sanguíneos na vontade de ser um só.

O beijo virava susto enquanto caíam nas invenções da pele no coração.
Esbarrando em novos caminhos, desmembrando expectativas, simplificando a possibilidade de serem mais que encontro na deriva, de serem pedra virando areia na onda. Desseguiam o rumo, descegavam a ilusão, desencontravam rio e (a)mar.

Escondiam a imensidão de serem mais que dois na bolha que era viver pros outros, não pra si. Mas quando precisavam de alento, refugiavam-se nos aparentes choques de realidade que o amor dá quando o aceitamos. Chamavam de lembrança, mas era mais uma tentativa de evocar a mão do outro pra dentro de si, num ensaio de consertar seu coração.

As multidões que habitavam seus corpos gritavam "não" a cada ameaça de separação e tinham como problema motivos para paixão. A saudade sorrateiramente aparecia como uma boia na arrebentação das amenidades. Queriam segurar mais forte na ilusão, ensaboada pelas quebras e falhas de projeção.

Escorregavam e colocavam o coração pra dormir. Vez em quando voltava formigando, mas eles ignoravam o incômodo da falta e seguiam. No fundo queriam a vida, antes que a perdessem de vista.
Eles tinham tudo pra dar certo. Menos vontade.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

vezemquando

Vez em quando gritava uma vontade enorme de cantar, dançar, atuar, amar.

Como eu queria ter coragem de ser o que eu sou.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

-

Era o medo da solidão que gritava. Não o fato de estar só em si, mas sim de que a sua alma se acostumasse a isso e cessasse de procurar a sensação de estar completa.

Mudança é crescimento sempre, mesmo que não estejamos preparados. Por mais medo, mais receio, por mais indesejado, o novo sempre vem.
A surpresa deveria ser a rotina, pois a vida sempre trará o inesperado.

Nós somos fortes o suficiente, mas sem a dor e o medo, a coragem que traz esta força,permanece adormecida.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Sorte

Aceite o fim, assim como o começo.
Encontre a si, não tema o outro.

Não se envolva em suas próprias mentiras e encare, ainda de cima, os seus erros.

Deixe o coração seguir e o antigo rumo, partir.


Encontro exatamente o que evitei e vejo nos seus olhos tudo o que não deveria.

Um biscoito da sorte me disse: Costumamos encontrar nosso destino justamente onde nos escondemos para evitá-lo.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Para ela

E pensar que o que nos faz fortes é sermos extremamente fracos.
De todas as lágrimas que derramamos e vezes que desistimos.
De todo o desespero que se aloca por sermos impotentes a tantas coisas.
Por todas as pessoas que passaram na nossa vida e nos mostraram que temos que continuar, da pior ou da melhor forma, mesmo quando tudo que a gente quer é parar por um momento.
Por todos os sentimentos que não expressamos.
Por todas as pessoas que deveriam ficar caladas, ao invés de falar sem saber.

Por todos os anjos que nos trazem à luz, aqueles que sabem que o são e aqueles que não tem idéia.
Pra quem segura sua mão só com o olhar.
Quem te fortalece estando presente ou sendo só um passado maravilhoso.

Certas coisas que listamos antes de dormir.

Não é coragem se não há medo.
Você não precisa ser forte sempre,
pode deixar que tem muita gente pra te segurar se você cair.