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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Amor Frankenstein

Todo começo de amor é assim. Esperança, medo, lições de amores passados, regados pela tentativa de não ficar dando força a algo que provavelmente não é o que pensamos. Friozinho na barriga? Check. Saudade inexplicável que faz você mandar uma mensagem e se arrepender instantaneamente? Check. Vontade de contar pros amigos, mesmo sabendo que eles vão dizer "segura a onda", pois conhecem tanto você quanto todas as histórias horríveis de ex-casos que não deram certo? Check.

Mas neste carnaval pressinto que a melhor fantasia vai ser a mistura de todas as utopias escondidas em uma caixa qualquer na nossa mente. Vai rolar química, paixão, ciúme e desapego total, um mix de colombina com Cinderela, com havaiana e com aquela menina que não foi fantasiada, mas que despertou mais coisas do que Freud poderia explicar.

Nesse mix de acessórios, purpurina e confete, em meio a fantasias, metafóricas ou não, o começo de um novo amor é o descomeço de outros, ou até sua continuação, se não tomarmos cuidado. É uma alegoria que vem com potencial para mudar este e outros carnavais, mas que pode nem chegar na quarta-feira de cinzas.

Ah, se o Dr. Frankenstein soubesse que ainda cria vidas por aí, voltaria, pelo menos em fevereiro, pra prestigiar a mistura de ex-amores (mascarados ou não), vendo-os se transformar em projetos de ter alguém pra nos acompanhar o ano inteiro. Viva o carnaval!

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Intimidade forjada

Invocava o amor com a força de seis ciganas e quatro leitoras de tarô.
Forçava o desejo e cravava o corpo na intenção do outro como se jogasse búzios.
Eram inúmeras as encruzilhadas e nem me deixe começar a falar da projeção astral - afinal, hoje, projetar é amar em modo narcísico.

Insuportavelmente via o desejo distorcer distâncias e alongar (por demais) situações que nasceram e morreram pontuais. Era um baile dos mortos pela vivência de uma ilusão. Um carnaval com mais cinzas do que dias de duração.

Forjar intimidade - via isso se repetir por todo lugar. Estávamos todos viciados em ver potencial no outro de algo que nem nós poderíamos oferecer.
E na verdade o desejo trocava de pele. De tempos em tempos mudava a carne e preenchia outros olhares.

Não queria forçar nada, mas se pegava com o fórceps na mão. Sua intenção era um crime irremediável.

E ainda torcia para que viesse à luz o amor abrangente, livre... em sua dilatação naturalíssima do impossível.