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quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Fomos

Inevitavelmente tenho revisitado alguns dos lugares que fomos.
Aquele café, aquela risada na grama, aquele bar em que demorou, mas você me conquistou.
Tenho usado de novo as roupas que tinha escolhido pra sair com você, tentando criar novas memórias com elas, pois esquecê-las no cabide não vai resolver. Assim como deixar de lado o fato de que não está sendo fácil lidar com tudo seu que ficou aqui em mim.

Dos lugares que menos queria ir é aos que fomos. Os que fomos algo.
Duas pessoas, um só, amigos, amantes, queridos e também indiferentes.
Aos que fomos e não estivemos. Aos que estivemos, mas não fomos.
E também os lugares em que fomos nada.

Ainda não sei se o começo foi o fim ou o fim foi o começo. Às vezes acho que foi ao acaso.
Como um erro que é cometido por todas as razões certas, mas que não deixa de ser um erro.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Ausência

Sentada em frente a uma tela iluminada, enrolada na toalha, o que sentia? Nada, não era nada.
Levantou, trocou-se, olhou-se no espelho e imaginou como seria seu rosto se fizesse uma plástica. Será que esse era o retoque que ela precisava? Não, não era nada.

Distraia seus pensamentos imaginando intenções de outros. Olhava com mais cuidado, pesquisava, racionalizava sua intuição desesperada e logo via que não era nada. Afinal, devia parar de procurar no outro o que queria ver em si mesma. Besteira, não era nada.

Barriga vazia, mesmo tendo comido agorinha. Precisava de mais alguma coisa para preencher aquilo... Abria a geladeira e, sob a luz que mostrava culpas e calorias, lutava consigo mesma e falhava, fechando a porta com as mãos abanando. Não, não era nada.

Rememorava aquele quase amor, as sensações, as imagens, o romance... Suspirava e logo lembrava: quase, pra ela, era igual a nada. Não era nada.

E de nadas e quase nadas continuava sua rotina. Sempre levantando a suspeita de que ela estava lá, mas a reduzia a nada, diminuía as vontades, sufocava as dúvidas, confinava as emoções e depois reclamava que se sentia vazia. Mas realmente não era nada, era ausência. Ouvia cada passo que dava, passos ocos, tamborilando cantos tribais (ou seriam triviais?): na-da, na-da, na-da.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Manifesto do nada

Hoje escrevo pelo nada.

Pelas pessoas que nada fazem quando algo deve ser feito.
Pelas pessoas que agem errado por não terem posição, por serem nada.

Por gente que se corrompe por nada.
Mas se é corruptível, é porque não vale nada mesmo.

Por aqueles momentos em que nada pode ser feito
e por aquelas palavras de efeito que não afetam.

Que o nada fique em seu lugar, pois aqui só tem espaço para quem é.
Seja assumidamente tudo o que quiser, mas não seja "nada".

Mas aí eu penso: o que sobre para o nada a não ser ele mesmo?
Você que nada é, nada fala, nada vê, bem-vindo ao eterno vazio que vazou de dentro de você e que vai se eternizar ao seu lado.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Preguiça de amar.

Você não vai perceber que me ama, não vai se desfazer de nada e nem mudar por mim.
Não vai mudar seu status nem ver que está tudo mais do que bem ao meu lado.

Exatamente porque se você não se deu conta quase que de imediato, não irá se dar depois.
Acontece também que eu não quero mais provar nada e a paciência diminui na mesma velocidade que os amores vão mudando.

Acaba que eu não vou me esforçar para você ver, exatamente porque você já deveria ter visto.