Não, nem o grito mais agudo poderia extravasar todo o sangue que parece estar correndo ao contrário no peito. Parece que nada é capaz de trazer de volta o ritmo das batidas e dos batuques do centro da vida.
Era medo. Medo de estar errado, de estar certo, de descobrir que não é o que queria, muito menos o que imaginava. Medo de se perder, mas, acima de tudo, medo de se achar e de se decepcionar.
Tememos o agora, o fim, o ser, o estar, o caminho, o outro e, principalmente (talvez antes de todos os medos), nós mesmos.
A era dessa eufobia transborda toda e qualquer boa vontade e é refletida em espelhos tortos, em que não conseguimos nos ver com clareza com os olhos dos outros, quem dirá com os nossos.
Não, nem o mais gelado dos olhares é capaz de paralisar o caminho torto que estamos seguindo.
Não conseguimos assumir nossas culpas e, ao jogá-las nos outros, nos sentimos mais culpados ainda.
A eufobia pesa, é presente e impera na nossa retrógrada pós-modernidade.
Mesmo que pudéssemos nos pegar no colo, o que haveria para ensinar?
Quem virá nos diagnosticar?
Não, não quero ser o último a chorar.
Tenho medo de encontrar o fio da minha alma, se ficar para trás.
Eufórico eufóbico. Parece nome de palhaço, mas é a (des)graça de estar vivo.
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