Têm dias que tudo para de importar. É como se as coisas e as pessoas ficassem suspensas no ar, em silêncio. Mantendo um movimento espantosamente estático. Como se fosse um apelo do sossego, um grito instalado no peito, que trava um duelo na garganta, dando nó.
Às vezes o tempo passa e fica complicado lutar contra a gravidade para deixar penduradas as coisas com as quais não podemos lidar. A impossibilidade desse ato deixa o ar rarefeito e faz com que o que nos veste se transforme em peso, mesmo que estejamos nus.
E ainda tentamos jogar luz em todos os cantos, espalhar clareza e claridade onde não há mais estrelas, nem mesmo o sol. Ficamos tentando ocupar esses lugares escuros e aos poucos vamos perdendo a energia. Até que... Até que vem um apagão. Só que enquanto dura em sua dureza temos a oportunidade resgatar e recriar energia para que a luz volte. Tentamos nos tornar holofotes, focados e fortes só no que (nos) interessa. Mas a tentação da partilha chega como uma criança acanhada com medo do escuro, ou um velho que só quer um abraço, um olhar.
Restabelecemos o (des)equilíbrio das coisas e pessoas até que chega a hora delas ficarem suspensas no ar novamente. Será que com o passar dos anos elas demoram mais para voltarem aos seus lugares? Ou somos nós que prolongamos seu estado? Não sei. Mas ainda sinto o sossego querendo voltar.
Mostrando postagens com marcador sossego. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador sossego. Mostrar todas as postagens
sexta-feira, 5 de junho de 2015
Batida
Bateu. Bem de frente. De cara. Na cara.
Era como se viesse o choro, mas não a coragem de chorar.
Como se os lugares não coubessem ela. Era descabimento demais.
Como se precisasse dormir, mas não conseguisse ir para casa.
Como se os pés queimassem em plena sombra, plantados no ar.
Tinha medo. Medo de sentir o que estava sentindo, de dar existência a tudo aquilo que faltava.
Desistência inexistente que se encaixava em todo lugar.
Aqui e lá ainda sentia algo, algum desejo de mudar.
Procurava sinais de que havia uma missão a ser cumprida. Comprida.
Então revelou-se: sossego. Até a próxima batida.
Era como se viesse o choro, mas não a coragem de chorar.
Como se os lugares não coubessem ela. Era descabimento demais.
Como se precisasse dormir, mas não conseguisse ir para casa.
Como se os pés queimassem em plena sombra, plantados no ar.
Tinha medo. Medo de sentir o que estava sentindo, de dar existência a tudo aquilo que faltava.
Desistência inexistente que se encaixava em todo lugar.
Aqui e lá ainda sentia algo, algum desejo de mudar.
Procurava sinais de que havia uma missão a ser cumprida. Comprida.
Então revelou-se: sossego. Até a próxima batida.
Assinar:
Postagens (Atom)