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domingo, 4 de outubro de 2015

Habita-me

Eu quero um bloco de rascunho amarelo com linhas azuis, à la universidade americana, para tentar traduzir os pensamentos sem fronteiras que você fabrica em mim.

Penso em pontilhar todas suas curvas linhas e comemorar a descoberta de seus trópicos.

Degustar seus pontos cartesianos e me orientar pelos seus horizontes.

Quero me perder em suas florestas e preservar seu rios, nutri-los, avolumá-los enquanto passeio por suas pedras e perdas, colocando o passado em seu devido lugar e assumindo-me presente.

Seu corpo, continente de meu país. Quero construir uma casa, fazer um jardim e estacionar em nós.

Isso tudo porque quando você sorri em meu ouvido, canta em meus olhos e fala com a minha boca, irresistivelmente faz um convite: habita-me. E é aqui, agora, que quero morar, fazer castelo e viver. Você em mim e eu em você.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Tez

A sua pele tem marcas de nascença, catapora, cicatrizes, arranhões e manchas de sol.
Tem arrepio por algo que só você ou nem você sabe o porquê.
Tem nuances claras e escuras, marquinha de biquíni e coxas brancas de sol.

A sua pele sabe exatamente o que cada milímetro do seu corpo vivenciou, nossa parte externa que aparenta e reflete nosso esforço em suor.

Sua pele se renova milhares de vezes ao dia.
Já parou pra pensar quantas vezes ela é mais corajosa do que o resto do nosso corpo?
Ela defende o que nos preenche, seja alma ou carne.

Nossas peles não são idênticas e viveram diferentemente.
A sua sensibilidade, aflição e ferida nunca saberá como é a minha.

Nossas peles conviventes, nossas memórias traduzidas em poros.
Nunca serão iguais apesar da consistência.

São telas coloridas separadamente e experiências vividas com intensidades diferentes.

A minha não é a sua.
Não compare, renove.