Eu tenho um segredo escondido. Quase que até de mim ele passou sem ser percebido.
É algo que tem a ver com a minha vontade de sair da cama, com o silêncio que não me incomoda mais, com o desejo de ser mais.
Está envolto em várias camadas de disfarces e negações. Em um lugar de difícil alcance.
Lá estão enterradas vontades, medos, passagens. Quem vê pela superfície acha que é orgulho (ou a falta dele). Disfarço bem.
Habita em um lugar ermo, mas ao mesmo tempo cheio de luz. Própria.
Reflete horizontes de contos de fadas e procrastinações acadêmicas.
Alimenta-se de si e produz a si mesmo.
Esse segredo é autoimune, autoral, automático. Mas não tem nada a ver comigo, pelo menos não diretamente. Ele existe em um espaço que foi tomado em mim, que pouca gente pode ver.
Esse segredo é amparo disfarçado de amor.
Calma em riso e retorno em despedida.
Eu tenho um segredo sem ter: você.
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