Hoje eu fiquei assim, meio sem mim. A deus dará do destino ou da próxima vez.
Percebi-me perdida da maneira mais pura: entre o que eu pulso e a minha maneira de existir.
Questionei as formas de amar e os termos que usamos pra sentir, sem saber o lugar (ou se há) para ser qualquer coisa, dentro, aqui.
Parece que vejo os silêncios do que não vou dizer, como facas afiadas e apontadas para mim. Às vezes pareço estar vendada, mas o despertar de outros sentidos procura compensar esse não eu, esse não antes.
Componho com o pouco de sensibilidade ou sensorialidade que me sustenta, uma lógica ou uma regra para basear o intangível em mim, que dá forma a toda a matéria em um fio de alma.
Mas de quem é esse olhar que me confronta no espelho? O que guardo, de mim, em segredo, nesse tudo que não alcanço, que não sei que desejo?
Hoje eu fiquei assim, vagarosamente duvidosa, perdida nos espaços entre o eu e o que sei de mim, entre o outro que me habita e a negação que me compõe.
As memórias relampeiam o que eu esqueci e emergem o que nem sei que perdi.
Hoje eu fiquei assim.
Eu (s)em mim.
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